5 descobertas da Era Glacial feitas no permafrost de Yukon

5 descobertas da Era Glacial feitas no permafrost de Yukon

No território canadense de Yukon, no noroeste do Canadá, imponentes florestas de pinheiros e abetos cobrem colinas onduladas e o rio Yukon e seus sinuosos afluentes cortam vales na paisagem. Ainda mais ao norte, porém, fica a tundra alpina sem árvores, onde as temperaturas frias mantêm o solo permanentemente congelado — o famoso “permafrost”.

Na maior parte, apenas musgo, líquen e arbustos de raízes superficiais podem crescer na tundra. Contudo, a região também guarda segredos congelados da última Era do Gelo, que começou há cerca de 100 mil anos. Veja só uma lista com cinco descobertas fascinantes que retratam o passado de Yukon!

1. Filhote de lobo preservado

(Fonte: Governo de Yukon/Divulgação)(Fonte: Governo de Yukon/Divulgação)

Em 2016, um mineiro de ouro disparou um canhão hidráulico de água contra a lama congelada de Yukon, descobrindo um objeto que os paleontólogos reconheceram como um tesouro: um filhote de lobo cinzento fêmea quase perfeitamente preservado. Segundo as análises, o animal morreu há 57 mil anos.

A criatura da Era do Gelo foi encontrada na terra ancestral do povo Tr’ondëk Hwëch’in. As radiografias de seus ossos e dentes mostraram que ele tinha pouco menos de sete semanas quando morreu, provavelmente por conta do colapso de sua toca. 

2. Ossos de camelo

(Fonte: Yukon Beringia Interpretive Center)(Fonte: Yukon Beringia Interpretive Center)

Por muitas décadas, cientistas levantaram a hipótese que camelos que viviam no Ártico estavam mais intimamente relacionados às lhamas e alpacas nativas da América do Sul porque ossos de Camelops hesternus, encontrados em Yukon, assemelhavam-se a uma “lhama gigante”.

Em 2008, mineradores de ouro de Hunker Creek, a 96 km da fronteira com o Alasca, coletaram uma pilha de ossos da Era do Gelo que datam de 75 mil a 125 mil anos. Alguns espécimes peculiares eram compostos por vários ossos de pernas pertencentes a essa espécie extinta de camelo cujos restos raramente são encontrados no extremo norte. Sendo assim, a descoberta feita na região é bastante especial.

3. Dentes de hiena ártica

(Fonte: Julius T. Csotonyi/Ilustração)(Fonte: Julius T. Csotonyi/Ilustração)

Quando a maioria das pessoas pensa em hienas, provavelmente imaginam esses animais vivendo nas savanas africanas ou em partes áridas da Índia. Contudo, restos mortais dos ancestrais das hienas (Chasmaporthetes) foram descobertos em todo o mundo, incluindo Yukon.

Suspeita-se que um par de dentes fossilizados armazenados no Museu Canadense da Natureza seja evidência de hienas que viviam no antigo Ártico. Os investigadores suspeitam que essas criaturas foram extintas nesse habitat por conta de outros predadores que roubavam seu alimento.

4. Crânio de castor gigante

(Fonte: Museu Canadense da Natureza)(Fonte: Museu Canadense da Natureza)

Com um par de incisivos de 15 centímetros sobressaindo da cabeça, o castor gigante da Era do Gelo parecia um predador feroz. Porém, eles eram apenas amantes de plantas aquáticas. Com 1,80 metro de comprimento e 90 kg, a espécie Castoroides ohioensis tinha aproximadamente o tamanho de um urso preto moderno. 

No passado, diversos dentes fossilizados e um crânio da espécie encontrados em Yukon foram levados para serem analisados, com data estimada entre 10 mil e 50 mil anos. Porém, conforme o clima se tornou mais quente e mais seco, os investigadores suspeitam que eles foram desaparecendo aos poucos.

5. Ossos de gato-de-cimitarra

(Fonte: Velizar Simeonovski/Ilustração)(Fonte: Velizar Simeonovski/Ilustração)

Em 2011, um osso foi encontrado no permafrost de uma mina de Dominion Creek. Segundo os pesquisadores, os restos mortais pertenciam a um gato-de-cimitarra (Homotherium latidens), criaturas com caninos mais curtos e em formado de adaga, que se assemelhavam aos tigres-dente-de-sabre fisicamente.

No entanto, como o osso estava tão bem preservado pelo permafrost, os pesquisadores da Universidade de Copenhague conseguiram sequenciar todo o seu genoma. Então, eles descobriram essas duas criaturas eram apenas parentes distantes, o que indica que os felinos do passado eram mais geneticamente diversos do que os felinos modernos.