Quando os espanhóis chegaram onde atualmente está o México, eles se depararam com uma sociedade bem estabelecida. O Império Asteca era formado por três importantes cidades-Estados — Tenochtitlan, Texcoco e Tlacopan —, que eram maiores que diversas cidades europeias e, em vários aspectos, até mais desenvolvidas. E isso se deve a capacidade que essa civilização teve de desenvolver e aperfeiçoar algumas invenções que são utilizadas até hoje.
1. Aquedutos
Restos do Aqueduto de Chapultepec na Cidade do México. (Fonte: Wikimedia Commons)
Os aquedutos fizeram parte da arquitetura de diversas civilizações da antiguidade, como a chinesa, a fenícia, a grega e romana. Mas aqui na América, os astecas também desenvolveram sua própria maneira de fornecer água limpa e corrente para sua capital Tenochtitlán. O Aqueduto de Chapultepec — também conhecido como Grande Aqueduto — começou a ser construído em 1418 com argila e materiais vegetais.
Embora ele fornecesse água em boa quantidade para a cidade, em 1449, uma enchente destruiu boa parte da construção. Um segundo aqueduto foi construído no início do século XIV, utilizando a mesma base do anterior, mas feito com pedras revestidas com argamassa. Para garantir o fornecimento ininterrupto, uma segunda calha também foi construída para que a água pudesse desviar quando fosse necessária a manutenção da calha principal.
2. Borracha
(Fonte: GettyImages)
A borracha é um dos materiais mais importantes da história da humanidade. Ela permitiu uma série de avanços ao longo dos últimos séculos para as mais variadas finalidades. E a descoberta deste material tão importante é atribuída aos astecas. Eles descobriram que a mistura de látex de árvores de borracha com sucos espremidos de alguns tipos de plantas produziria resultados diferentes.
Caso quisessem um material mais elástico, era necessário mais suco. Já, se quisessem uma borracha mais resistente, a mistura era feita com mais látex. O domínio que os astecas tinham na produção de borracha era tão grande que eles conseguiam produzir tanto materiais bastante elásticos, como bolas utilizadas em esportes, quanto alguns mais resistentes ao desgaste e usados em sandálias.
3. Chocolate
(Fonte: GettyImages)
O chocolate é um alimento que está presente em culturas do mundo inteiro, sendo tradicional em países como a Bélgica e a Suíça. Mas ele foi criado pelas civilizações da América Central e aperfeiçoado pelos astecas. Para eles, o cacau era um alimento tão importante que chegou a ser usado como moeda. Ele era utilizado em bebidas durante cerimônias importantes, para alimentar soldados e em outras ocasiões mais cotidianas.
Quando os espanhóis chegaram na América, eles não gostaram da maneira como o chocolate era consumido por ser muito amargo. Foi somente quando decidiram adicionar leite e açúcar na mistura, que o alimento começou a ser introduzido na Europa. Hernán Cortés, que liderou a dominação espanhola sobre os astecas, foi quem levou a iguaria ao seu país, de onde ele começou a se espalhar pela Europa.
4. Remédio antiespasmódico
Pintura de um asteca com uma planta medicinal no grande mercado de Tlatelolco. (Fonte: Wikimedia Commons)
A medicina se desenvolveu de diferentes maneiras ao longo da história e os astecas realizaram diversas descobertas importantes neste sentido. Eles possuíam tratamentos eficazes para infecções, desenvolveram cremes para certos problemas de pele e conseguiram criar um tratamento antiespasmódico.
A partir de um derivado da flor-da-paixão e da erva-doce asteca, eles eram capazes de tratar pacientes antes de algum procedimento cirúrgico para relaxar seus músculos e evitar espasmos musculares.
5. Corante vermelho
Armadilha usada para capturar cochonilha. (Fonte: Wikimedia Commons)
A cultura asteca é muito associada ao uso de cores vibrantes e uma das mais importantes para eles era o vermelho. Eles conseguiram criar um corante a partir da cochonilha, um pequeno inseto que produz ácido carmínico para se proteger. Essa substância, após ser extraída, possui uma pigmentação vermelha bastante intensa.
Foram os astecas que descobriram que ao esmagar esses insetos, eles teriam acesso a uma tinta vermelha viva. Ela era tão vibrante, que quando os espanhóis tiveram o primeiro contato com o líder asteca, Montezuma, ficaram impressionados com a suas vestes, que possuíam muitos detalhes com esta cor. Ao descobrirem a técnica de extração do corante, os espanhóis criaram um monopólio de secagem de cochonilha, que nos séculos seguintes começou a ser utilizada por monarquias europeias.
