Megalodon: estudo traz nova perspectiva sobre a aparência do gigante

Megalodon: estudo traz nova perspectiva sobre a aparência do gigante

O megalodon, ou megalodonte, o maior tubarão que já existiu, tem fascinado cientistas e entusiastas da paleontologia por décadas. Tradicionalmente retratado como uma versão gigantesca do grande tubarão-branco, novas pesquisas estão desafiando essa visão, sugerindo uma forma corporal mais longa e esguia para esta criatura pré-histórica.

Uma nova visão do megalodon

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Um estudo recente realizado por uma equipe de 26 especialistas em tubarões e publicado no Palaeontologia Electronica, trouxe uma nova perspectiva sobre este ser. Ao analisar a coluna vertebral fossilizada incompleta de um megalodonte mantida no Instituto Real Belga de Ciências Naturais, em Bruxelas, os pesquisadores descobriram discrepâncias nas reconstruções anteriores.

Previamente, sugeria-se que o gigante pré-histórico tinha cerca de 16 metros de comprimento e uma forma robusta semelhante ao tubarão-branco. No entanto, a nova análise indica que ele provavelmente pode ter sido mais longo e mais esguio, alcançando possivelmente até 20 metros de comprimento.

Desafiando as Concepções Anteriores

(Fonte: Universidade DePaul/Kenshu Shimada/Reprodução)(Fonte: Universidade DePaul/Kenshu Shimada/Reprodução)

A pesquisa liderada por Kenshu Shimada, paleobiólogo da Universiadade DePaul, e Phillip Sternes, biólogo da Universidade da Califórnia em Riverside, baseou-se em tomografias computadorizadas do esqueleto vertebral de um jovem tubarão-branco, comparando-o com a vértebra do espécime de megalodon. 

Eles descobriram diferenças significativas no crescimento do centrum, a parte sólida central das vértebras, sugerindo que o ser extinto tinha uma coluna vertebral muito mais fina do que a da espécie lamniforme atual, sugerindo um formato mais alongado. Porém, ainda não é possível estimar exatamente como era o formato exato de sua cabeça, nadadeiras ou cauda.

Esta nova visão da criatura pré-histórica tem implicações importantes para a compreensão de sua biologia e ecologia. Um corpo mais longo e esguio poderia indicar diferenças na maneira como este gigante dos mares nadava e caçava suas presas. Além disso, desafia a ideia de que o tubarão-branco é um modelo apropriado para inferir aspectos da fisiologia deste ser.

Controvérsias e debates científicos

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Apesar da empolgação em torno deste estudo, ele não está isenta de controvérsias. Alguns cientistas, incluindo Jack Cooper, pesquisador da Universidade de Swansea e autor principal do estudo anterior sobre o megalodon, questionam as conclusões do estudo.

Eles acreditam que é mais uma hipótese alternativa, apontando o fato de ser uma lógica circular – quando um argumento parte do princípio que a conclusão é correta e a utiliza como base de apoio – e a falta de dados abrangentes de outros tubarões lamniformes. Eles argumentam que, sem um esqueleto completo, ainda é difícil afirmar com certeza como era sua verdadeira forma.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Além disso, afirmam que a ideia do corpo alongado foi baseada em uma única observação, precisando de testes estatísticos para ser confirmada e que vários aspectos da pesquisa não podem ser confirmados ou replicados por outros pesquisadores no futuro, pois os autores não disponibilizaram os dados brutos.

A pesquisa sobre o megalodon continua a evoluir, e cada nova descoberta nos aproxima de entender melhor este fascinante gigante pré-histórico. Enquanto aguardamos a descoberta de um esqueleto completo, que poderia resolver muitas dessas questões, o debate sobre a verdadeira natureza deste gigante, alongado ou atarracado, permanece um tópico vibrante e intrigante no mundo da paleontologia.