3 dos alimentos mais nojentos da Antiguidade

3 dos alimentos mais nojentos da Antiguidade

Cozinhar é considerado um dos hábitos evolutivos mais essenciais para nossa espécie, pois foi o que nos transformou em humanos modernos. Um estudo publicado ano passado na Nature Ecology and Evolution sugere que os primeiros humanos cozinharam alimentos pela primeira vez há cerca de 780 mil anos.

É certo que as boas práticas de culinária, como cozinhar a carne, foram responsáveis por permitir o crescimento do corpo e do cérebro de forma muito mais eficiente do que comer alimentos crus. Além disso, estendeu a expectativa de vida, principalmente das crianças, porque tornou os alimentos muito mais seguros de comer ao matar patógenos.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Vale ressaltar, porém, que não é porque nós, humanos, descobrimos que devemos cozinhar os alimento que significa que sabíamos exatamente como fazê-los de maneira agradável e segura. Os milênios contribuíram para que nosso paladar fosse sendo aguçado e sofisticado, mas já houve um tempo em que comida não era sinônimo de apreciação, apenas uma necessidade para se manter vivo.

Estes são 3 dos alimentos mais nojentos da antiguidade.

1. Pulmão embebido em leite

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Em culturas da Europa e da Ásia, em meados do ano 1400, os povos antigos preparavam muitas receitas utilizando pulmões embebidos em leite como refeição. Geralmente, as receitas consistiam na secagem dos pulmões, que eram recheados com outras carnes, ervas e vegetais. O leite servia não só para diminuir a pungência do gosto do órgão, mas também para tentar minimizar as doenças que o acompanhavam.

2. Melas zomos

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Além de uma vida repleta de proibições, os guerreiros espartanos da Grécia Antiga também tiveram uma alimentação grotesca. A dieta deles consistia em melas zomos, ou “caldo preto”, que consistia em uma sopa feita com uma quantidade absurda de sangue misturada com sal e vinagre.

Para ter força, os homens ingeriram muitas pernas de porco cozidas, e o caldo preto surgiu de a necessidade de dar alguma função para aquele excesso de sangue desperdiçado para alimentá-los.

3. Garum

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Considerado o “ketchup da Roma Antiga”, o garum até hoje é controverso para o paladar. Definido pela primeira vez por Plínio, o Velho, como “um líquido requintado”, o condimento é uma mistura de entranhas de peixes, cobertas com água salgada e fermentada em tanques de pedra no sol por até um ano.

O garum fedia tanto que foi proibida sua fabricação na cidade. Era necessário que as produtoras o fizesse fora dos limites da cidade ou em locais pré-aprovados, onde o cheiro não provocaria uma epidemia de ânsia de vômito na população.

É muito difícil determinar com precisão como o garum foi usado pelos romanos antigos. Há indícios de que a mistura era um molho de mesa derramado sobre a comida, dando um toque visualmente bonito nos pratos da elite romana.

(Fonte: GettyImages/Reprodução)(Fonte: GettyImages/Reprodução)

Ao longo do tempo, o garum foi vendido em diferentes qualidades e preços, dependendo do peixe utilizado e da concentração do líquido – quanto mais ralo, melhor e mais caro. Os pobres, que criavam a receita, usaram versões mais fracas do molho, combinado com pimenta, vinagre e óleo, para criar novos condimentos compostos.

A forte influência do garum quebrou barreiras a ponto de se infiltrar em diferentes regiões e culturas pelo mundo. Ele começou a ser difundido em uma rede de rotas comerciais a partir da Península Ibéria, do Mar Mediterrâneo e do Norte da África, onde grandes instalações produziam o condimento em larga escala para não só suprir o desejo romano por ele, como exportá-lo.