Megatubarão: 5 fatos que o filme te ensinou errado sobre megalodons

Megatubarão: 5 fatos que o filme te ensinou errado sobre megalodons

O mês de agosto marcou a estreia do filme Megatubarão 2 (2023), do diretor Ben Wheatley e protagonizado pelo ator Jason Statham, uma obra de ficção científica que fala sobre o ressurgimento dos megalodons, uma espécie de tubarão gigante pré-histórica que se tornou um verdadeiro pesadelo no imaginário popular.

O longa-metragem é o segundo filme da franquia, que segue a história de pesquisadores que descobriram esses tubarões em uma profunda trincheira oceânica a 300 km de distância da China. Obviamente, a obra tenta reunir algumas informações conhecidas sobre esses impressionantes animais, mas também exagera em boas doses para gerar entretenimento. Portanto, o que esse filme pode te ensinar errado sobre os megalodons?

1. Tamanho exagerado para o cinema

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Os megalodons que aparecem na franquia Megatubarão atingem tamanhos de cerca de 20 a 25 metros de comprimento. Esse seria um tamanho bastante assustador para um tubarão, uma vez que seriam apenas um pouco menor do que as maiores baleias-azuis já conhecidas pela humanidade.

Contudo, estimativas baseadas no tamanho dos dentes fósseis sugerem que mesmo o maior megalodon teria, no máximo, 18 metros. Em média, essas criaturas pré-históricas teriam cerca de 10 metros de comprimento, o que ainda os tornava muito maiores do que um tubarão-branco médio. 

2. Aparência deturpada

(Fonte: Reprodução/IMDb)(Fonte: Reprodução/IMDb)

Em geral, tubarões que aparecem em filmes de aventura não costumam ser representados de forma totalmente verídicas — o que não quer dizer que Megatubarão falha em todos os aspectos. Por exemplo, os megalodons que aparecem no longa têm corretamente seis brânquias e a forma de sua barbatana dorsal foi baseada após os grandes-tubarões-brancos, o parente mais próximo desses animais.

No entanto, especialistas destacam que é um pouco estranho as criaturas do filme não terem desenvolvido diferenças anatômicas significativas de seus irmãos pré-históricos. Os olhos desses colossais predadores deveriam ter ficado maiores para enxergar melhor nas profundezas do oceano ou eles ficariam completamente cegos na escuridão. Ou então, por ficarem presos em uma trincheira por vários anos, seria comum que essa espécie diminuísse de tamanho, ao contrário do que acontece na película.

3. Falta de alimentos

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

O grande erro científico do filme Megatubarão é que se torna difícil acreditar que tubarões de mais de 20 metros de comprimento conseguiriam sobreviver escondidos no fundo do mar por tanto tempo assim. Por quê? Simplesmente não há energia suficiente nessa parte do planeta para alimentá-los.

Até onde a ciência chegou, não há qualquer evidência de que espécies grandes o suficiente para alimentar toda uma população de enormes tubarões seria capaz de viver em profundezas desse tipo. 

4. Vida nas profundezas

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

O quão profundo um tubarão consegue viver no oceano ainda é uma grande incógnita no campo científico. Atualmente, pouquíssimas dessas criaturas são conhecidas por habitar regiões abissais do oceano abaixo dos 4 mil metros de profundidade — muito menos as profundezas oceânicas abaixo dos 6 mil metros.

Além da escassez de alimentos, a temperatura é outra limitação para a vida nessa parte do mundo. Tubarões que conseguem viver nessas partes, como os tubarões-duende e o tubarão-da-groenlândia, tendem a ter taxas metabólicas mais baixas que o normal. 

Logo, caso esses megalodons realmente pudessem viver tão fundo assim no oceano, eles provavelmente não conseguiriam usar tanta energia assim para perseguir suas presas da forma como acontece no filme.

5. Sobrevivência escondida

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

O filme faz as pessoas acreditarem que criaturas tão incríveis e assustadoras como os colossais megalodons poderiam viver escondidos no fundo do oceano por milhares de anos sem que os humanos soubessem disso. Porém, essa é uma afirmação bem difícil de se acreditar considerando fatos científicos.

Os tubarões são animais que perdem muitos dentes ao longo de suas vidas, o que é usado como suas principais evidências fósseis. São justamente dentes fossilizados de megalodon encontrados em sedimentos ao redor do mundo que sugerem que essas criaturas viveram entre 14 milhões e 2,6 milhões de anos atrás. 

Não sabemos ao certo o porquê deles terem sido extintos, mas competição por comida e mudanças na circulação oceânica há 3 milhões de ano podem ter tido impacto. E tendo em mente a abundância de dentes perdidos encontrados dessa espécie, esse é um forte argumento de que eles não estão mais presentes na modernidade.